09/05/2024- Review feita por Gaimm_
Disponível para PS5
Ou pegue na Adrianoteca!
Stellar Blade é um game que está na boca do povo faz um tempo, tanto por ser um dos grandes lançamentos de 2024 quanto por sua protagonista, a Eve. O jogo conta a história de uma terra pós-apocalíptica, devastada após uma guerra entre humanos e seres monstruosos chamados Naytibas que resultou na derrota humana e a dominação dos Naytibas. Após uma invasão falha que resulta na morte de sua amiga Tacky, Eve é resgatada pelo sucateiro Adam e logo ambos encontram a cientista e membro do quinto esquadrão aéreo Lily. O trio então parte em uma batalha em busca das hipercélulas, mecanismos poderosos que podem salvar Xion, a última cidade habitada por humanos no planeta.
A gameplay principal bebe da fonte hack and slash, focando em combates frenéticos, ao estilo Devil May Cry, e conta com elementos popularizados pelos jogos Soulslike, como um cantil que você bebe para recuperar vida e acampamentos, que são pontos de descanso onde você recupera HP e seu cantil, semelhante às fogueiras de Dark Souls. Tudo no combate flui bem e ele é um dos pontos mais fortes do jogo. Quando você consegue pegar o timing de esquiva e parry, ele se torna ainda mais gostoso e envolvente. Além disso, os controles de combate correspondem rapidamente e você consegue encaixar combos com facilidade, tornando tudo mais dinâmico e tornando os vários momentos de combate atrativos.
A história também traz uma pegada de ficção científica ao estilo Blade Runner e o trio de protagonistas faz com que o jogador se envolva e queira saber o desenrolar de tudo. Os três são carismáticos cada um do seu jeito: Eve com sua agressividade e, ao mesmo tempo, inocência de uma andróide que está conhecendo a Terra aos poucos. Adam sendo um sucateiro entendido e que ajuda Eve a se situar de seus arredores e da história da Terra como um todo e Lily com sua empolgação quando seus serviços de tecnologia precisam ser postos em ação.
Os gráficos são maravilhosos, principalmente nas cidades abandonadas e destruídas, que ao mesmo tempo que conseguem impactar com seus escombros e construções desmoronadas que nos mostram a tragédia que assolou a Terra, também nos entregam cenários lindos como o Oásis do Grande Deserto, a própria cidade de Xion que tem clara e forte inspiração na Cidade Murada de Kowloon, na China (a mesma que deu a inspiração para a cidade dos robôs em Stray) criando locais que passam até mesmo conforto dentro daqueles destroços que formam uma cidade. O maior destaque quanto aos locais é uma pequena comunidade dentro do esgoto, que é de se admirar pela proeza dos designers de criarem um lugar que traz conforto e paz dentro daquele que é um dos últimos lugares em que se encontraria isso, pelo contrário, um lugar que causaria repulsa. E esse é o maior trunfo de Stellar Blade, além da jogabilidade de combate, a ambientação. É surreal como os desenvolvedores pegam lugares que poderiam causar nojo ou até afastamento das pessoas e utilizam desse artifício para mostrar o que o povo de Xion conseguiu no meio de todo o caos que assola o planeta: criar a paz, a harmonia e o conforto em meio ao que de pior a vida lhes entregou após a catástrofe.
Se por um lado temos um combate sólido, ambientação linda e personagens chamativos, a Shift Up acaba pecando em alguns aspectos. O jogo por vários momentos investe em elementos plataforma que carecem de uma precisão maior. Eve é muito leve e um toquinho no analógico enquanto ela está no ar é suficiente pra fazer ela girar para todo lado e te custar uma morte por errar a plataforma ou a corda que a personagem precisa agarrar. Quando se pendura nas cordas, por exemplo, as vezes o jogador quer pular reto e, apesar de posicionar a personagem, quando você pula ela acaba indo para diagonal. Aconteceu de ela ir pra esquerda em vez de ir reto e até mesmo acabar voltando para trás em alguns momentos. E o pulo duplo, que deveria facilitar, apesar de ajudar por diversos momentos, até atrapalha te dando impulso a mais do que o necessário.
Outro ponto que de início é positivo mas que, com o tempo, se torna cansativo é a exploração. De início encontrar documentos, cartões de memória e chaves de acesso te deixa ainda mais imerso no cenário. Só que para quem pretende fazer a Platina irá precisar de um volume alto de coletáveis e side quests. Com o tempo isso se torna cansativo e até confuso sem um guia, pois enquanto alguns estão em locais até de fácil acesso, outros estão muito mais escondidos, em pontos de acesso trabalhosos ou escondidos bem na frente do jogador, mas que passa batido por se encontrarem em pontos extremamente específicos. Fui atrás deles com ajuda de um guia, mas tanto o guia quanto a disposição dos coletáveis acabam confundindo muito. Embora alguns acabem te falando mais sobre o mundo que o jogo se passa, boa parte não acrescenta em nada (um dos que peguei dizia literalmente apenas WHIZZ WHIZZZZZ). E não é de se espantar que alguns documentos e outros coletáveis não tenham nada de relevante, já que muitos foram feitos só pra preencher o extenso número de 986 (!!!) colecionáveis.
O game conta com algumas side quests que comportam narrativas fechadas envolvendo o povo de Xion e apesar de algumas histórias boas e até comoventes, assim como os coletáveis, várias delas não acrescentam em NADA na trama principal. São colocadas ali só para inchar o tempo de gameplay. E o fato de elas também serem necessárias para Platina faz com que tais atividades também fiquem um pouco cansativas em certo ponto. E eu só vou dizer uma frase sobre o minigame de pesca: é um porre, me perdoem.
No fim, apesar de tudo isso o saldo de Stellar Blade, ainda mais levando em conta que é o trabalho de estreia do estúdio coreano Shift Up, é extremamente positivo. Entregando um game que, embora dê uma tropeçadas no percurso, não perde o equilíbrio e dá ao jogador uma experiência sólida, divertida e envolvente. Mostra que o estúdio tem um potencial enorme pela frente em suas próximas empreitadas, sejam jogos novos ou, muito provavelmente, uma sequência deste aqui. E por último, o game é pra jogar, galera. Não esqueçam que a Eve é uma personagem digital quem quiser saber de tchuplek tchuplim no ratioflai, vai acessar um Tubo Vermelho aí ou sei lá, aí vocês voltam e focam na gameplay mesmo que é sucesso.
Após deixar a Colônia, EVE, membro do 7o Esquadrão Aéreo, chega às ruínas desoladas do nosso planeta com uma missão muito clara: reconquistar a Terra para salvar a humanidade dos Naytibas, a força malevolente responsável pela devastação do planeta.
Guia 🏆
Stellar Blade - Trailer de Lançamento | PS5
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Stellar Blade